Na última sexta-feira (17), quando anunciou rompimento
pessoal com o governo em pleno recesso branco do Congresso, o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), talvez já tivesse com
tudo planejado para a atípica véspera do fim de semana. Em quase todo o
dia de um movimentado expediente, e tendo chegado ao Congresso no início
da manhã, ele só deixou a Câmara tarde da noite com um punhado de
decisões já tomadas para confrontar o governo. Criou quatro comissões
parlamentares de inquérito (CPI), duas delas prejudiciais ao Planalto;
despejou auxiliares de outros Poderes dos escritórios que ocupam na
Casa; e, no lance mais agudo da jornada, despachou 11 ofícios a autores
de pedidos de impeachment, pedindo-lhes que adequem as respectivas
peças.
(Congresso em Foco)