Dirigentes partidários que não obtiveram êxito no pleito de 2018 já estão sentindo as consequências nas respectivas legendas. A deputada federal Gorete Pereira, não reeleita, já não preside mais o Partido da República (PR). Depois de um ano à frente da sigla, a parlamentar perdeu espaço para o prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves, que assumiu ontem a direção do PR no Ceará. O deputado neófito Júnior Mano assumirá a vice-presidência da sigla, a partir do dia 9 de fevereiro, quando voltará a ser chamada de Partido Liberal (PL).
Outros presidentes de partidos no Ceará também temem perder espaço em suas legendas, uma vez que não atingiram a meta a eles estipulada pelas direções nacionais. O deputado estadual Joaquim Noronha, por exemplo, que desistiu da postulação em outubro passado, não é mais o presidente do PRP. Em seu lugar, foi alçado ao cargo o vereador de Fortaleza Emanuel Acrízio.
A
expectativa de alguns desses dirigentes é de permanência na direção das
legendas, pelo menos até uma decisão dos diretórios nacionais, o que só deve
acontecer nos próximos meses. Gorete Pereira, que assumiu o PR com a saída de
Lúcio Alcântara, Roberto Pessoa e seu grupo político, no início do ano passado,
disse que não se importa em não presidir mais o partido.
Sem
interesse
A parlamentar diz não ter
mais interesse em ser a vice-presidente da sigla, já que foi esse o cargo
prometido a ela. "Tudo bem. Se ele (Júnior Mano) quiser ser (o
vice-presidente)... Eu não tenho interesse em cargo que não tem função
alguma", disse. Gorete destacou que é preferível que Acilon comande a
sigla, uma vez que ele levará três deputados estaduais e um federal para a o partido.
Eleitos pelo Patriota,
Nizo Costa, Bruno Gonçalves e Apóstolo Luiz Henrique também ingressarão no PR.
Além desses, fazem parte da sigla os deputados eleitos Dr. Jaziel e Silvana
Oliveira.
Cabo Sabino, do Avante, é
outro derrotado nas urnas que ainda não sabe ao certo qual será seu futuro
político. Segundo ele, cabe à executiva nacional da legenda tomar decisão sobre
sua permanência na presidência no Ceará. Em nota, a direção nacional do Avante
afirmou que "mesmo o Cabo Sabino não sendo reeleito nas últimas eleições,
ele continua sendo o nosso presidente do Avante e liderança da legenda no
Estado".
Odorico Monteiro (PSB)
também não atingiu o número de votos necessário para se reeleger. O pessebista,
assim como Gorete Pereira, aguarda ser beneficiado com mudanças que devem
ocorrer no Governo Camilo Santana (PT). Por enquanto, conforme informou o
diretório nacional, ele continua como presidente da comissão provisória no
Ceará.
Olho
em 2020
Já a assessoria da
presidência do Podemos informou que a legenda tem como objetivo nos próximos
meses fortalecer e ampliar as bases para a eleição de 2020, que será marcada
pelo fim das coligações proporcionais.
"Se houver alguma
personagem querendo integrar, será uma decisão 'interna corporis', da executiva
estadual", diz nota em relação à permanência de Adail Carneiro na
presidência do partido. O parlamentar também não obteve êxito nas urnas em
2018.
Presidente do Democracia
Cristã (DC), o deputado Ely Aguiar também não foi reeleito e estuda propostas
de trabalho fora do Ceará. No entanto, ele ressalta que tem como missão
fortalecer o partido para 2020. "Eu tenho o aval da Nacional do PSDC para
conduzir o partido no Ceará".
O deputado
federal também não reeleito, Ronaldo Martins (PRB), garante que permanecerá na
presidência do partido no Ceará. No entanto, a executiva nacional ainda não
tratou do assunto. Na Bahia, o deputado federal Márcio Marinho assumiu o
comando da sigla no lugar da também deputada federal, Tia Eron, que não
conseguiu se reeleger no último pleito.
(Diário do Nordeste)
(Diário do Nordeste)