Mais uma
vez, a prisão foi apontada ontem como destino de José Dirceu de Oliveira e
Silva. A diferença é que, em relação ao líder estudantil dos anos 60, o Dirceu
condenado ontem a mais de 10 anos de prisão tem a palavra corrupção na sentença
que lhe foi atribuída pela mais alta Corte do país.
A
primeira condenação foi em 21 de agosto de 1969, quando ele foi punido por
participar do congresso clandestino da UNE em Ibiúna, em outubro do ano
anterior. Nem um mês após o veredicto, ele partia para o exílio, incluído na
troca pelo embaixador americano Charles Elbrick, sequestrado pela guerrilha. A
partir de 1979, quando regressou oficialmente do exílio, Dirceu foi um dos
protagonistas da ascensão do PT ao poder.
Na sua
gestão como presidente da legenda, Lula chegaria finalmente à Presidência da
República. No entanto, o que parecia ser novo passo na escalada de Dirceu
acabou num grande escorregão: todo-poderoso ministro da Casa Civil no primeiro
governo Lula, ele teria seu nome indissoluvelmente ligado ao escândalo do
mensalão, tão logo ele explodiu em 2005.
