Num País em que cadeia é lugar apenas
de pobre, negro e ladrão de galinha assistir ao desfecho do julgamento do
mensalão, no qual o principal protagonista, o ex-ministro José Dirceu, sai
condenado a 10 anos e 10 meses de reclusão, é um avanço e tanto.
Mas as contas da justiça, quando
traduzidas para a massa do povo brasileiro, nunca aumentam. Dirceu não fica
preso por 10 anos e 10 meses, mas por um ano e nove meses. Dá para entender?
Por mais que os juízes da execução penal se expliquem, mais embaralhada fica a
compreensão da gente comum, que não entende de lei nem de Direito.
O que impressiona também é a fidelidade
canina do ex-capitão do time de Lula ao ex-chefe. Em nenhum momento fez
ameaças, como Marcos Valério e Delúbio Soares.
Indo à forca, comporta-se com a mesma
firmeza e postura de cão de guarda do tempo em que despachava ao lado do
gabinete de Lula, a quem informava de tudo sobre o esquema do mensalão.
Não existe, é verdade, nenhuma decisão
que, neste escândalo, o ex-ministro não tenha compartilhado com o chefão,
aquele que disse e repetiu que nunca tomou conhecimento do que era mensalão,
mentindo e enganando o povo brasileiro.
(Por
Magno Martins)
