O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), perdeu apoio
do Palácio do Planalto, do PMDB e do Centrão (maior bloco parlamentar
informal do Congresso, composto por 220 deputados) na luta para manter o
mandato. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo,
Cunha está acuado por antigos aliados, que o pressionam a renunciar ao
comando da Casa, e pela Operação Lava Jato. O peemedebista teme ser
preso caso abra mão da presidência. Ele argumenta que o gesto o deixaria
frágil para se livrar do processo de cassação. O deputado afastado quer
evitar a perda do foro privilegiado e a consequente remessa de seus
processos, hoje no Supremo Tribunal Federal (STF), para o juiz federal
Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato na primeira instância.
De acordo com a reportagem, Cunha foi procurado por dois
parlamentares do Centrão que o aconselharam a renunciar ao comando da
Casa para não prejudicar o presidente interino Michel Temer. Segundo o
relato, o deputado afastado reagiu aos gritos e disse que jamais tomará
essa iniciativa. Na quinta-feira passada, quando sua esposa, Cláudia
Cruz, virou ré na Lava Jato, o peemedebista enviou mensagens a colegas
afirmando que Moro fará um “cerco” em sua família caso ele renuncie à
presidência, da qual está afastado por determinação do Supremo há mais
de um mês.
Para que a cassação seja aprovada, são necessários 257 votos em
plenário. Até o momento, nove partidos já se manifestaram a favor da
perda do mandato de Cunha: PT, PCdoB, PDT, Rede, Psol, DEM, PSDB, PSB e
PPS, que reúnem 218 deputados.
