No início deste ano, a reforma ministerial prevista pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda era ventilada como uma forma de ampliar o espaço do Centrão no governo e, assim, garantir uma base mais sólida para o Planalto no Congresso. Agora, cinco meses depois de inaugurar a nova gestão das duas Casas Legislativas, e faltando oito meses para o limite do prazo de desincompatibilização para os que vão disputar eleições, não há mais esperanças das legendas de conseguir mais um naco da Esplanada.
A constatação é de um membro do PSD, partido comandado por Gilberto Kassab, que almejava um espaço maior no ministério de Lula, principalmente para a bancada da Câmara, ressentida por ter somente a pasta da Pesca. Um deputado do partido ressaltou, em conversa reservada, que ele ainda não nota disposição de desembarcar do governo nem do PSD nem dos demais partidos do Centrão. “O clima é de ‘deixa estar para ver como é que fica’”, disse o parlamentar. “Não é um desembarque, porque ninguém quer perder o espaço que tem. Mas não vejo mais os partidos querendo ampliar seus espaços no governo”, disse.
Presidente da federação União Brasil-PP, anunciada em abril, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) defendeu esta semana a saída do governo dos ministros do partido. pretende continuar com os três cargos que tem na Esplanada. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (PP-AP), conseguiu recentemente a nomeação de um aliado para a Codefasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
(Luciana Lima)