sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

A VERDADE SOBRE OS INVESTIMENTOS ANUNCIADOS PARA A SAÚDE EM SOBRAL

 

Não custaria nada ao prefeito Oscar Rodrigues falar a verdade sobre a anunciada construção de cinco hospitais, um CAPS tipo III, uma policlínica municipal, duas UBS (Renato Parente e Boa Vizinhança) e um Centro Especializado em TEA. São investimentos importantes e muito bem-vindos para Sobral, mas é preciso esclarecer de forma transparente a origem dos recursos.

Ao contrário do que foi sugerido na comunicação oficial, essas obras não são fruto de repasses diretos ou “presentes” do Governo Federal, através do PAC Seleções, anunciado essa semana em Brasília pelo presidente Lula, e que contou com a presença do prefeito sobralense, mas sim de um empréstimo a ser contratado junto ao BNDES, orçado em cerca de R$ 167 milhões, já autorizado pelo Governo Federal por meio do Fundo Nacional de Investimento em Infraestrutura Social (FIIS). O fundo foi criado pela Lei nº 14.947/2024 justamente para viabilizar financiamento de investimentos em áreas como saúde, educação e assistência social.

E é importante registrar: não há nada de errado nisso. Pelo contrário, recorrer a financiamento para ampliar e qualificar a infraestrutura pública é uma prática comum e legítima na administração pública, desde que haja planejamento, responsabilidade fiscal e clareza com a população.

O que chama atenção é a contradição no discurso do próprio prefeito. Durante praticamente todo o ano, Oscar Rodrigues adotou um tom de lamento ao falar do empréstimo contratado pelo ex-prefeito Ivo Gomes junto à CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), recursos que foram aplicados em áreas estruturantes como saneamento, recursos hídricos, meio ambiente e segurança cidadã.

Agora, ao recorrer a um novo empréstimo para viabilizar obras na saúde, a narrativa muda. O problema, portanto, nunca foi o empréstimo em si, mas a forma como a informação é apresentada ao cidadão. Transparência não enfraquece a gestão; ao contrário, fortalece a credibilidade e o debate público.


(Fonte: Sobral em Revista)