Cláudia Cruz afirmou em depoimento na 13ª Vara
Federal de Curitiba que toda a gestão financeira do casal cabia ao
marido, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que ela não
sabia que o cartão de crédito que possuía na Suíça, para gastos no
exterior, era vinculado a uma conta. Cláudia foi orientada pelo advogado
Pierpaolo Bottini, para não responder a perguntas do juiz Sérgio Moro e
do Ministério Público, apenas às questões formuladas pela própria
defesa.
Cláudia disse que não tinha a “menor ideia” da origem dos recursos da
conta, a qual seu cartão de crédito estava vinculado, e que o casal
sempre teve uma vida próspera. Ela também disse que nunca recebeu
qualquer extrato e que não procurava saber, porque confiava em Cunha. O
advogado perguntou então se em algum momento ela conversou sobre a
origem do dinheiro do marido.
– Quando as noticias saíram, ele ficava sempre muito bravo, socava a
mesa. E sempre repetia “o meu dinheiro é lícito”. Eu acreditava. Não
tenho motivo para desconfiar.
O advogado insistiu e perguntou então se mesmo enquanto jornalista
não tinha curiosidade de saber de onde vinham os valores, ela respondeu
que em casa era apenas mãe dos filhos do ex-deputado:
— Veja bem, em casa eu não era jornalista. Era mãe dos filhos e ele
(Cunha) meu marido. E ali não tinha ninguém fazendo entrevista ou
perguntando — afirmou Cláudia Cruz.
Perguntada sobre inconsistências em seu Imposto de Renda, ela disse
que antes do casamento, quem fazia sua declaração era o pai e que,
quando casou, foi Eduardo Cunha quem assumiu a tarefa.
— Ele fazia toda a gestão financeira. Eu sempre confiei plenamente. Se é prudente ou não, eu sempre confiei.