Praticamente cada escândalo, CPI, ou cassação
de mandato em Brasília tem como fato inicial as relações de governantes e
parlamentares com uma grande empreiteira. Os nomes se alternam nas comissões de
inquérito, combinados com milhões em verbas para obras públicas ou programas de
governo.
No escândalo do momento, a empreiteira no olho
do furacão é a Delta. Considerada campeã em contratações de obras do PAC e de
governos estaduais, a Delta caiu em desgraça após as revelações da Operação
Monte Carlo, cujos grampos arrastaram para a cassação um dos principais nomes
da oposição, Demóstenes Torres.
No processo de cassação imediatamente
anterior, o de Renan Calheiros, em 2007, a empreiteira da vez era a Mendes
Júnior. O então presidente do senado passou longos oito meses na berlinda e
escapou de perder o mandato por apenas um voto, sob a acusação de aceitar que a
empresa pagasse a pensão de sua amante, Mônica Veloso, com quem Calheiros tem
uma filha.
Em
2000, o escândalo de desvio de verbas que encerrou a carreira política de Luís
Estevão, do PMDB do Distrito Federal, também envolveu outra empreiteira – no
caso, de propriedade do próprio Estevão. O Grupo OK esteve por trás de um
esquema de corrupção que envolveu desvios de R$ 169 milhões, dinheiro
administrado pelo juiz Nicolau dos Santos Neto, presidente e responsável pela
obra do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.
(DO BLOG DE CHRISTINA LEMOS)
