O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o
ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP), o presidente do Senado
Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador e ex-ministro do
Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR), disse que até o momento nenhuma
fundamentação feita pela Procuradoria Geral da República conseguiu
justificar o pedido de prisão dos membros da cúpula peemedebista.
"Quem vai decidir é o STF, quero ver o fundamento do pedido, mas pelo
que saiu na imprensa, nada justifica medida tão drástica e espero que o
STF não determine uma medida como esta (prisão)", afirmou Kakay em
entrevista ao Estado de São Paulo. Estadão.
O advogado disse que o momento atual é “dramático” e que as opiniões
emitidas pelos investigados –que foram gravados em áudios feito pelo
delator e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado criticando a Lava
Jato e discutindo alterações na legislação para frear o avanço das
investigações . Machado também disse ter distribuído R$ 70 milhões em
propinas para Sarney, Jucá e Renan – não devem ser vistas como tentativa
de obstrução da Justiça.
"Dois homens divergirem sobre a Lava Jato não é crime. Eu mesmo sou
crítico dos excessos dessa operação e repito, não vi nessas conversas
(de seus clientes) qualquer tentativa de interferência. Hoje tudo passou
a ser tentativa de interferência", observou. "Depois da Lava Jato,
prisão preventiva virou regra. Essa banalização da prisão me assusta,
enquanto advogado e enquanto cidadão", destacou em seguida.
(BRASIL - 247)
