Renan Calheiros é um vencedor. Réu em ação por desvio de dinheiro
público, alvo de 11 inquéritos no STF, ele acaba de completar o terceiro
mandato na presidência do Senado. Seu último discurso ajuda a explicar
por que a sucessão de escândalos não foi capaz de derrubá-lo da cadeira.
Ao se despedir, o peemedebista reafirmou um dos valores mais prezados
pelos senadores: o corporativismo. Ele atacou a Lava Jato, reclamou da
Polícia Federal e saiu em defesa de colegas que também são acusados de
receber propina.
“A política exige reflexão, responsabilidade e altivez”, disse, em
tom professoral. Segundo Renan, os políticos não podem ser “uma manada
tangida pelo medo e subjugada pela publicidade opressiva”. “Jamais seria
presidente do Senado pra me conduzir com medo”, congratulou-se.