A economia e a política juntaram-se no Ceará. Ambas com os olhos fixos na eleição geral de 2018.
O presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart, move-se no sentido de viabilizar seu projeto de candidatar-se a um cargo majoritário no pleito do próximo ano – ou vice-governador ou senador, preferencialmente numa chapa liderada pelo governador Camilo Santana.
Para tornar isso possível, ele terá de renunciar à presidência da Fiec, com cujo “núcleo duro” – grupo de influentes presidentes de sindicatos filiados à entidade – tem mantido reuniões frequentes. A esses interlocutores, deixou vazar a informação de que, antes de renunciar a presidência da Fiec, tentará mudar seu atual estatuto, que foi, muito recentemente, reformado para, entre outras coisas, impedir a reeleição do presidente.
Essa mudança estatutária permitirá a antecipação da eleição do presidente, ou seja, seria descartada a posse do substituto natural do renunciante, o primeiro vice-presidente Alexandre Pereira, que, coincidentemente, é o presidente do PPS no Ceará. Beto Studart já tem os votos necessários à mudança do estatuto – indica o presidente de um dos sindicatos filiados à Fiec.
Isto é o que se passa no endereço da Fiec, na Avenida Barão de Studart, mesma artéria na qual tem domicílio a sede do Governo do Estado do Ceará. No Abolição há também intensos conchavos que têm como foco a eleição do próximo ano.
O governador Camilo Santana, do PT, apoiado pelos irmãos Ferreira Gomes, do PDT, trata de garantir uma tranquila reeleição, para o que tenta costurar uma aliança com o PMDB do senador Eunício Oliveira, que buscará sua reeleição em 2018, e com o PSDB, onde está Studart, ao qual caberia o lugar de vice-governador na grande chapa.
Uma fonte ligada aos Ferreira Gomes revelou a este blog que o lugar de vice na chapa de Camilo “já está acertado para o deputado Zezinho Albuquerque”. A mesma fonte adiantou que Ciro e Cid Gomes já disseram ao governador que a indicação de Zezinho “é imexível”. E adiantou, ainda: Ciro Gomes é contra a presença de Eunício Oliveira na chapa, “mas poderá ser a favor de Beto Studart para o Senado”.
Nas rodas políticas e empresariais, há uma certeza: Camilo Santana e Beto Studart estão mais unidos do que nunca – na política e na economia.
Resumo: os próximos dias serão quentes nos dois endereços da Avenida da Abolição.
(Egídio Serpa - Diário do Nordeste)