Que
o PMDB lançará candidato próprio para 2018, ninguém duvida. O diabo é
saber quem. Michel Temer estará próximo dos oitenta anos. José Serra
resiste à hipótese de mudar de partido, imaginando-se capaz de abater
Aécio Neves e Geraldo Alckmin na esquadrilha dos tucanos. Dos seis
governadores peemedebistas, não há um que desponte. No Congresso, o
jejum de líderes é flagrante, exceção de Roberto Requião, pelo jeito
disposto a exercer pela terceira vez o governo do Paraná.
As
cartas continuam embaralhadas, mesmo depois que o Lula abriu o jogo e
admitiu concorrer pelo PT. O fracasso de Dilma já contamina os
companheiros e o ex-presidente o disputará com chances razoáveis.
Existem,
no entanto, opções ainda embrionárias em outros arraiais. Ciro Gomes,
agora no PDT, pensa longe e se prepara. No PSDB, aparece correndo por
fora o senador Álvaro Dias, que nada terá a perder se abrigar-se no
Partido Socialista. Afinal, sempre disporá de mais quatro anos no
Senado.
Em
suma, a hora não seria para ilações tão débeis quanto longínquas, mas a
verdade é que ganham corpo. Até porque, na dependência dos tribunais
superiores, a sucessão presidencial poderá ser antecipada. A profecia
de Michel Temer continua pairando sobre o palácio do Planalto.
(Por Carlos Chagas)
