No sábado (24), o Dia da Infância foi celebrado em todo o mundo. A data, instituída pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), promove a reflexão sobre as condições de vida e os direitos das crianças e a vacinação é uma dessas garantias. Em 2024, de acordo com a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) do Ministério da Saúde, nove vacinas aplicadas até o segundo ano de vida das crianças já superaram os números do ano passado.
Para o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), Eder Gatti, o aumento da adesão às vacinas possibilita um maior controle das doenças imunopreveníveis no Brasil. “Graças ao Movimento Nacional pela Vacinação, lançado no início de 2023, e da introdução de novas estratégias, como o microplanejamento, que consiste em diversas atividades com foco na realidade de cada local, estamos conseguindo recuperar a confiança nas vacinas e resgatar essa cultura no país”, observa.
Em 2023, a vacinação contra a Hepatite B, recomendada ao nascer, podendo ser administrada até os primeiros 30 dias após o nascimento dos bebês, registrou 77,23% de imunização. Neste ano, até o dia 20 de agosto, 80,6% das crianças já receberam a dose. O aumento também é notado na vacina de reforço da pneumocócica, que saiu de 82,9% para 85,6%; da poliomielite oral, de 77,9% para 82,3%; da primeira dose da tríplice viral, de 88,2% para 90,8%; da segunda dose da tríplice viral, de 65,3% para 74,5%; e o reforço da DTP, de 78% para 80,3%.
Na imunização contra a meningite , com a meningocócica C, 95,4% das primeiras doses e 97,9% da dose de reforço foram administradas. Em 2023, os registros foram de 87,9% e 86,2%, respectivamente.
Em abril, o Ministério da Saúde identificou um aumento nas coberturas vacinais de 13 dos 16 principais imunizantes do calendário infantil do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em comparação a 2022. O resultado, observado em todo o país, muda o cenário de queda dos índices vacinais enfrentado pelo Brasil desde 2016.
O atual balanço também corrobora com as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Unicef, que tiraram o Brasil da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas.
Investimento
Em 2023, o investimento para apoiar estados e municípios na compra de imunizantes foi de mais de R$ 6,5 bilhões. Para este ano, a previsão é que esses recursos cheguem a R$ 10,9 bilhões. Além disso, R$ 150 milhões são destinados anualmente para apoiar ações de imunização com foco no microplanejamento e na comunicação regionalizada.
Atualmente, o DPNI do Ministério da Saúde oferece mais de 40 tipos de imunobiológicos no SUS. O Calendário Nacional de Vacinação contempla, na rotina dos serviços de vacinação, 20 vacinas que beneficiam não só crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas.
Calendário Nacional de Vacinação
Uma forma de saber quais vacinas são recomendadas para cada etapa da vida é por meio do Calendário Nacional de Vacinação. Vale ressaltar que os imunizantes disponíveis no SUS são seguros, eficazes e de vital importância para proteção contra doenças imunopreveníveis. Confira abaixo as doses recomendadas até os 10 anos de idade:
Recém-nascidos
BCG (Bacilo de Calmette-Guérin) dose única: Contra a tuberculose;
Hepatite B (primeira dose): contra a hepatite B.
2 meses
Penta (DTP+ Hib+ Hepatite B): contra difteria, tétano, coqueluche,Haemophilus influenzaeBe hepatite B – (1ª dose);
VIP (Vacina Inativada Poliomielite 1, 2 e 3): contra poliomielite – (1ª dose);
Pneumocócica 10-valente: contra doenças causadas pelo pneumococo – (1ª dose);
Rotavírus humano G1P1 [8] (atenuada) – (VRH): diarreia por rotavírus (gastroenterites) – (1ª dose).
3 meses
Meningocócica C (Conjugada): contra pneumonias, meningites, otites e sinusites pelos sorotipos que compõem a vacina – (1ª dose)
4 meses
Penta – 2ª dose;
VIP – 2ª dose;
Pneumocócica 10-valente – 2ª dose;
Rotavírus – 2ª dose.
5 meses
Meningocócica C (conjugada) – 2ª dose
6 meses
Penta – dose;
VIP – 3ª dose;
Vacina COVID-19 – 1ª dose.
Protege contra as graves e óbitos por covid-19, causada pelo SARS-CoV-2
Obs.: A vacina covid-19 está recomendada com esquema de duas doses (aos 6 e 7 meses de idade), respeitando os intervalos mínimos recomendados (4 semanas entre a 1ª e 2ª dose). Caso não tenha iniciado ou completado o esquema primário até os 7 meses de idade, a vacina poderá ser administrada até 4 anos, 11 meses e 29 dias, conforme histórico vacinal. Para indivíduos imunocomprometidos, o esquema vacinal é de três doses (aos 6, 7 e 9 meses).
7 meses
Vacina COVID-19 – 2ª dose
9 meses
VacinaFebre Amarela (atenuada): contra a febre amarela – Uma dose
12 meses
Pneumocócica 10-valente (Conjugada) – Reforço;
Meningocócica C (conjugada) – Reforço;
Sarampo, Caxumba, Rubéola (Tríplice viral): protegem contra o sarampo, a caxumba e a rubéola – 1ª dose;
15 meses
Vacina adsorvida difteria, tétano epertussis(DTP): primeira dose de reforço contra a difteria, o tétano e a coqueluche;
Poliomielite 1 e 3 (atenuada) – (VOPb) – primeira dose de reforço contra a poliomielite;
Vacina adsorvida hepatite A (HA – inativada): protege contra a hepatite A – Uma dose;
Vacina Tetra viral (uma dose): protege contra o Sarampo, Caxumba, Rubéola e varicela.
4 anos
Vacina adsorvida difteria, tétano epertussis (DTP) – 2º reforço;
Vacina Febre Amarela (atenuada) – Reforço;
Vacinapoliomielite1 e 3 (atenuada) – (VOPb) – 2º reforço;
Vacina varicela (monovalente): protege contra a varicela – Uma dose;
5 anos
Vacina Febre Amarela (atenuada) – (FA) – Uma dose, caso a criança não tenha recebido as duas doses recomendadas antes de completar 5 anos;
Vacina pneumocócica 23-valente – (Pneumo 23): protege contra infecções invasivas pelo pneumococo – Uma dose para a população indígena.
9 e 10 anos
Vacina HPV Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (HPV4 – recombinante) – Dose única
Doenças evitadas: Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18.
Para os indivíduos que apresentam condições clínicas especiais, as vacinas e as recomendações de uso preconizadas pelo PNI estão dispostas no Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais – CRIE.
Fonte: Agência Gov.