Cláudia Cordeiro Cruz, 48, se considera uma “dona de casa”. Pelo menos,
ao abrir uma conta secreta em um banco da Suíça ela se autodenominou
assim. A ex-âncora de telejornais cariocas da Globo nos anos de 1990 se
vê agora enredada em um escândalo de corrupção que pode custar caro a ela e
seu marido, o deputado Eduardo Cunha. Na última sexta-feira a Procuradoria Geral da República enviou um pedido de abertura de inquérito contra o casal e uma filha deles. Contra a família pesam as suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção relacionadas ao caso Lava Jato.
Sócia de Cunha em diversas empresas – entre elas a Jesus.com
e C3 produções -, Cláudia é descrita no despacho da PGR como tendo
feito bom uso do dinheiro das contas secretas. Além de dirigir um
Porsche Cayenne avaliado em 122.684 reais, ela pagou aulas de tênis na prestigiada escola IMG Academies – que já teve como alunas as campeãs Maria Sharapova e as irmãs Serena e Venus Williams
–, localizada em Brandenton, Flórida. No total foram gastos 59.700
dólares em pagamentos à escola do treinador veterano Nick Bollettieri.
Também foram rastreados pagamentos para o MBA da filha de Cunha na
Espanha, e para a Malvern School, no Reino Unido.
Uma das contas de Cunha na Suíça
estava em nome da empresa offshore – localizada em paraíso fiscal –
Triumph SP. Dela saiu mais de um milhão de dólares para a conta de
Cláudia. No despacho do Ministério Público, o perfil de movimento
bancário da jornalista é considerado “diverso”.
