A força do lulismo ainda não
funcionou até agora nas capitais pesquisadas pelo Datafolha. A influência do
ex-presidente Lula foi até agora insuficiente para que os candidatos do PT
decolem. Em Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife, os petistas não empolgam o
eleitorado. Usam a imagem de Lula e também da presidente Dilma Rousseff, mas o
efeito é mínimo ou nenhum.
O caso mais significativo de
fracasso do PT e de Lula é Recife. O senador petista Humberto Costa foi
escolhido pelo establishment partidário para disputar a prefeitura da capital
de Pernambuco. Saiu na frente. Tinha 35% em 20 de julho. Perdeu mais da metade
de seu patrimônio eleitoral, está com 17% agora e deslizou para o terceiro
lugar. Não iria ao segundo turno se a eleição fosse hoje.
Recife é um exemplo relevante
porque Lula e Dilma tiveram votações expressivas no Nordeste quando ganharam o
Planalto. Mas os eleitores locais preferiram seguir a orientação do governador
pernambucano, Eduardo Campos, do PSB, que está rompido com o PT no Estado.
É comum agora ouvir da cúpula
do PT que os dirigentes do partido sabiam da influência limitada de políticos
nacionais nas disputas locais. Mas essa avaliação é recente. Até junho a
expectativa era que Lula pudesse comandar uma avalanche de votos para petistas
no Nordeste. (FOLHA
DE S.PAULO - FERNANDO RODRIGUES)