segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

‘ESSA HISTÓRIA DE RICO CONTRA POBRE NÃO COLA’, DIZ EX-DIRETORA DO BNDES

 

O discurso do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para estimular atritos entre ricos e pobres “não cola”, afirmou a economista Elena Landau, diretora de privatizações do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) na gestão FHC (Fernando Henrique Cardoso), em entrevista ao PlatôBR. Segundo ela, sem atacar os gastos tributários concedidos ao setor privado, o governo não faz uma real distribuição de renda, mas mantém políticas assistencialistas.

Landau se diz pessimista com as perspectivas políticas e econômicas do Brasil para 2026 e 2027. Entende que Lula antecipou a campanha eleitoral para 2025 com diversas medidas populistas e que não é possível prever o que o petista fará para tentar se reeleger no próximo ano. 

“Se o Lula ganhar essa eleição teremos uma  continuidade dessas políticas e o perigo e vivermos no Brasil o mesmo que aconteceu no segundo mandato da Dilma, com recessão, inflação e juros altos”, diz a economista. “Eu não sou otimista e, desde sempre, nunca concordei com esse modelo de crescimento. É a crônica de uma crise anunciada”, acrescenta.

Na opinião da ex-diretora do BNDES, o governo contou com apoio do mercado no primeiro ano, mas “só tomou” medidas arrecadatórias. “Essa história de rico contra pobre não cola. Sem atacar gasto tributário, nada muda”, afirma. 

O próximo presidente, quer quem seja, terá de fazer reformas estruturais para aumentar a produtividade da economia brasileira e reduzir a trajetória de crescimento da dívida pública, de acordo com Landau. “Em 2027 vai ser necessário fazer reformas, assim como fizeram os ex-presidentes FHC e Temer. Será preciso enfrentar a indexação de gastos com saúde e educação, a política de reajuste real do salário mínimo e fazer uma nova reforma da Previdência”, diz a economista.

Ela também considera necessária uma abertura comercial, uma reforma “real” do Imposto de Renda e uma revisão dos gastos tributários, que “concentram renda” com Zona Franca de Manaus, microempreendedor individual e Simples.