segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

OPOSIÇÃO NO CEARÁ, PELO QUADRO POLÍTICO ATUAL, FICARÁ MENOR APÓS ELEIÇÃO MUNICIPAL


Só os quatro principais partidos governistas no Ceará, PDT, PSD, PP e PT, pela estrutura que montam e a inaptidão dos demais, principalmente os poucos de oposição, vão eleger, provavelmente, nas eleições municipais deste ano, aproximadamente 70% dos próximos prefeitos, ou seja, pouco mais de 120, ficando o restante da ala governista, dentre eles PTB, DEM, PSB, Patriota, Republicanos, PCdoB e outros, mais uns 10%; restando para os oposicionistas a sobra, no caso 20%. Óbvio que não há previsão quanto aos percentuais apontados, mas a diferença, havendo, será diminuta.
Afora os dirigentes dos quatro principais partidos citados, além do governador Camilo Santana, pelos seus principais operadores, não há registro efetivo de outros políticos empenhados na estruturação de suas respectivas agremiações para o embate eleitoral deste ano, apesar dos discursos vazios, para ser notícia nos meios de comunicação, de realizações de eventos partidários com tais objetivos. Em determinado momento, pode-se até pensar que oposição no Ceará existe pelo desinteresse dos que fazem o Governo de ter determinados políticos como aliados, ressalvando-se as posições de alguns poucos, que, por razões diversas, inclusive a ideológica, quer distância da situação.
É uma pena não termos uma boa oposição no Ceará, tanto em quantidade como em qualidade, capaz de motivar o Governo a fazer ainda melhor. E pelo quadro pintado para as eleições municipais, a base das eleições estaduais e gerais, o próximo Legislativo terá igual ou menor representação oposicionista, afinal, prefeitos e vereadores gostam e são estimulados a votar em correligionário do governador do momento. A oposição ainda não se dignou a deixar a comodidade da Capital para fazer política no Interior, onde está a maior parte do eleitorado. A alegação de que os mimos do Governo são fortes instrumentos de cooptação pode até ter uma certa consistência, mas não é verdade absoluta.
Há espaço para a oposição ganhar musculação no Interior. Falta, no entanto, a persuasão, ainda hoje o investimento mais importante para a efetivação da aliança política. Persuadir é o que fazem os dirigentes dos principais partidos da base do Governo do Ceará. A licença do senador Cid Gomes das atividades parlamentares, para cuidar da estruturação de alianças municipais, nos momentos mais importantes para as definições de filiações partidárias, cujos prazos terminam no início de abril, é, também uma prova de que há espaços, no Interior, para aliados do Governo. Se ele não vislumbrasse essa possibilidade, óbvio, não precisaria, pelo seu status no cenário local, dedicar-se a tal empreitada.
Não ficam atrás, na caça de aliados pelo Interior cearense, os principais líderes do PSD, PP e PT. E o trabalho individual deles não é concorrente com o de Cid, pois não disputam entre si, embora o objetivo comum seja o de fortalecer suas próprias agremiações, embora as ações do petista José Guimarães sejam mais dirigidas à sua própria conveniência política do que propriamente partidária. As diversas correntes do PT, em especial as lideradas pelos deputados José Airton e Luizianne Lins, têm reservas as ações de Guimarães.
(Blog do Edson Silva)