quarta-feira, 3 de setembro de 2025

ENTREGA DE CARGOS NO CEARÁ SERÁ DISCUTIDA APÓS FORMALIZAÇÃO DA FEDERAÇÃO, DIZ CAPITÃO WAGNER

 

ultimato dado pela Federação União Progressista a filiados alinhados do Governo Lula, nesta terça-feira (2), pode ter fortes repercussões no Ceará. Em comunicado, a direção nacional ordenou que representantes do PP e do União Brasil, sendo detentores de mandatos e membros do Executivo Federal, renunciem aos seus cargos em prol do arranjo partidário. A aplicação da norma na esfera local ainda será discutida, conforme Capitão Wagner, ex-deputado e presidente do União Brasil no Estado. 

"Tão logo seja formalizada a federação nos estados, que ainda não foi, o futuro presidente vai avaliar isso junto à (executiva) nacional. É uma possibilidade, mas eu não posso afirmar isso sem que tenha sido formalizada a decisão da nacional em relação ao presidente aqui no Estado", disse Capitão Wagner à reportagem.

Ainda segundo o comunicado, podem ser aplicadas sanções aos filiados em caso de descumprimento. Se houver relutância da parte de dirigentes locais da federação, será feito o afastamento em ato contínuo. "Se a permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no Estatuto", complementa o texto.

No Ceará, o PP integra a base do Governo Elmano (PT) de maneira expressa, a exemplo do deputado licenciado Zezinho Albuquerque na titularidade da Secretaria das Cidades, uma das mais robustas da administração. Ele não integra o diretório da sigla, mas seu filho, o deputado federal AJ Albuquerque, sim, como presidente estadual.

Além disso, o União Brasil tem representantes em situação semelhante. O vereador de Fortaleza Márcio Martins é chefe da Secretaria Regional 2 da capital cearense, governada por Evandro Leitão (PT).

Zezinho Albuquerque e AJ Albuquerque foram procurados pelo PontoPoder para comentar os desdobramentos da resolução da direção nacional no Ceará, mas não houve retorno.

Quem vai comandar a federação no Ceará?

A chefia da federação deve ficar a cargo do próprio Wagner, segundo apuração do PontoPoder. Em agosto, integrantes dos dois partidos confirmaram a informação extraoficialmente. Por outro lado, da parte do dirigente, não há confirmação. A indicação deve ser oficializada pela cúpula nesta primeira quinzena de setembro.

Se assim for, a federação deve reforçar o campo de oposição no Estado, como Wagner tem defendido. Inclusive, ele já afirmou que não liberaria filiados de ambas as legendas nas eleições de 2026.

"Eu tenho que falar na hipótese de eu ser o presidente da federação, então, em eu sendo o presidente da federação, lógico que a gente não vai liberar para votar em quem quiser, até porque a federação vai estar com chapa majoritária. Se eu sou presidente da federação e nós temos o candidato a governador, vão (ter que) votar no nosso candidato a governador, ou então sai", disse, em entrevista à Live PontoPoder na última semana.

(Diário do Nordeste)