quarta-feira, 7 de maio de 2025

A PREOCUPAÇÃO DO PL: A FEDERAÇÃO UNIÃO PROGRESSISTA


Coluna Brasília/DF, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Idealizada especialmente para eleger deputados federais, a federação União Progressista é, hoje, motivo de preocupação para todos os demais partidos, em especial o PL. É que sem que seja permitida a coligação para eleições proporcionais, cada partido tem que ter ir às urnas sozinho ou federado num casamento de quatro anos. Assim, o PL, que não tem federação com ninguém, terá que se virar com a popularidade de Jair Bolsonaro para se manter como um grande partido. Enquanto isso, União Brasil e PP, federados, com um pé no governo e outro na oposição, têm tudo para ampliar o poder de fogo no Congresso e manter esse status na próxima legislatura. Essa disputa ficará mais clara nos próximos meses, com a proposta da anistia capitaneada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), um projeto bem mais “light” do que aquele defendido pelo PL.

O que se comenta nos bastidores é que o projeto que vem sendo estudado por Alcolumbre, em acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tomou por base uma proposta alternativa à anistia, do deputado Fausto Pinato (PP-SP). O texto de Pinato prevê anistia proporcional aos condenados pelo 8 de Janeiro, com perdão àqueles que participaram da manifestação sem depredar nada e punição a quem planejou a tentativa de golpe.

O PL resiste a essa concertação promovida por Alcolumbre. Porém, se os parlamentares conseguirem tirar daí uma solução para os mais humildes que terminaram enroscados na trama do 8 de Janeiro, a federação União Progressista conquistará pontos junto ao eleitorado mais oposicionista, pegando — quem sabe — um naco daqueles eleitores que, em 2022, ficaram com o PL de Bolsonaro. Esse é um jogo que começou e está nos seus primeiros lances rumo a 2026.