quinta-feira, 9 de abril de 2020

MOURÃO E RAMOS SE IRRITAM COM ATAQUES DE BOLSONARISTAS

Por Estadão Conteúdo
Os generais influentes do Palácio do Planalto se irritaram com especulações de que pretendem formar uma Junta Militar para limitar o presidente Jair Bolsonaro ao papel de "Rainha da Inglaterra" - no dicionário da política, uma figura sem poder de fato. As insinuações foram feitas, no final da semana passada, pela ala ideológica do governo, liderada pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho 02 do presidente, nas redes sociais.
A reação militar só veio na tarde desta quara-feira. Em mensagens no Twitter, o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, elevaram o tom. "Aos aventureiros de muitos costados que nesta hora de dificuldades pretendem inviabilizar o @govbr lembro que sou o Vice do Presidente @jairbolsonaro e que os paraquedistas andam sempre no mesmo passo", publicou Mourão. "O #Brasilvencerá o #COVID-19 como venceu todas as guerras de sua História", ressaltou o general. Na verdade, o Império Brasileiro não conseguiu vencer a Guerra da Cisplatina, em 1828, e teve que aceitar uma negociação internacional que garantiu a independência do Uruguai. A derrota ou empate, historiadores divergem, arruinou a popularidade de D. Pedro I e a economia brasileira.
Horas depois do Twitter de Mourão, foi a vez do general Ramos sair para o contra-ataque. "Só lembrando também que existem mais paraquedistas ao lado do nosso Pres Bolsonaro", escreveu no Twitter. Ele citou os ministros Augusto Heleno Ribeiro (Gabinete de Segurança Institucional) e Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e o presidente dos Correios, Floriano Peixoto. "Paraquedistas são como águias, aves da mesma plumagem que voam juntas e enfrentam qualquer desafio! Vamos vencer o Covid-19." No Palácio, o que mais se ouviu foi o desbotado mantra de que "a tropa está unida" e "trabalhando pelo governo". "O presidente é Jair Bolsonaro e estamos aqui com ele e por causa do governo dele", disse à reportagem um interlocutor militar.