Criado por descendentes de italianos em Maringá, no interior do Paraná, o ex-ministro Sérgio Moro ganhou projeção com a Operação Lava Jato. Foi o magistrado à frente da 13.ª Vara Federal de Curitiba, a cerca de 400 quilômetros da capital paulista. Depois de deixar o governo rompido com o presidente Jair Bolsonaro, ele se prepara para disputar o seu primeiro cargo eletivo. A princípio, o foco era a Presidência da República, mas, agora, deve se lançar a deputado federal. Em busca de visibilidade e na tentativa de fortalecer a bancada do União Brasil no Congresso, Moro transferiu seu domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo. Não foi, porém, o único. O movimento dos “migrantes eleitorais” para o maior colégio eleitoral do País e para Estados populosos como o Rio ganhou adeptos que vão de bolsonaristas a ex-candidatos ao Palácio do Planalto.
Moro encorpa a lista que tem ainda outros dois ex-ministros de Bolsonaro. Ex-chefe da pasta da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas trocou Brasília por São Paulo para disputar o governo paulista pelo Republicanos. Já a ex-ministra da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que chegou a receber o convite para ser candidata em outubro por seis unidades da Federação, fez o caminho inverso de seu ex-colega de Esplanada e transferiu seu domicílio eleitoral de São Paulo para o Distrito Federal.