sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Lula troca 18 superintendentes regionais da PF e dispensa 26 superintendentes da PRF

 


A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trocou nesta última quarta-feira (18/1), 18 superintendentes regionais da Polícia Federal e dispensou 26 superintendentes da Polícia Rodoviária Federal nos estados.

Virgílio de Paula Tourinho, da unidade da Bahia, foi um dos superintendentes da PRF dispensados. Durante o segundo turno das eleições do último ano, ele chegou a ser intimado pela Justiça Eleitoral devido às operações que dificultaram o voto de diversos eleitores no estado – um reduto de Lula. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mantinha ligações próximas com a PRF e sempre prestigiava eventos da corporação.

Já na PF, uma das nomeações foi feita no Rio de Janeiro. Em 2020, o ex-juiz Sergio Moro, ao deixar seu cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, denunciou supostas tentativas de interferências de Bolsonaro na troca do comando da corporação naquele estado. Mais tarde, a própria PF concluiu que o então presidente não havia cometido crime. A Procuradoria-Geral da República também pediu ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento das investigações.

O novo chefe da PF no Rio é o delegado Leandro Almada. Na instituição desde 2008, ele já atuou como superintendente no Amazonas e na Bahia. Recentemente, foi responsável pelo inquérito sobre a tentativa de obstrução da apuração dos assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorridos em 2018.

Lula também trocou o comando da PF no estado de São Paulo, dono da maior superintendência do país. O delegado Rodrigo Bartolamei, indicado por Bolsonaro, dá lugar a Rogério Giampaolli, que já foi chefe do Comando de Operações Táticas (COT) e estava na chefia da instituição em Sorocaba (SP).

Na Paraíba, Christiane Correa Machado assumirá a superintendência. A delegada já comandou a Coordenação de Inquéritos Especiais (Cinq), que cuida de casos envolvendo pessoas com foro privilegiado nas cortes superiores. Ela participou da investigação sobre a possível interferência de Bolsonaro na PF. Também já foi chefe da divisão antiterrorismo por cinco anos e coordenou a proteção a ataques terroristas na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016.

No último dia 9/1, um dia depois dos atos terroristas antidemocráticos promovidos por bolsonaristas na Praça dos Três Poderes, Lula já havia trocado o então superintendente da PF no Distrito Federal, Cézar Luiz Busto de Souza, por Victor Cesar Carvalho dos Santos. O Ministério da Justiça afirmou que a mudança já estava nos planos.

As regras para nomeações na PF foram alteradas no último dia 4/1 pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. Até então, o superintendente precisava ser delegado com mais de dez anos de exercício no cargo e com passagem de ao menos um ano por comissão do alto escalão da corporação ou pela chefia de delegacia descentralizada. Agora, com as mudanças, basta que o servidor seja delegado da classe especial (último nível de progressão da carreira).

Fonte: site Conjur