Há algum tempo, eu tenho me reservado ao silencio de comentar neste espaço o assunto asfaltamento do motel, não por me omitir aos fatos, mas por compreender que questões como estas para serem dissertadas precisam, antes de tudo, do bom senso em ouvir e acompanhar as apurações que apontem para as devidas explicações quanto ao mecanismo que empregou ou permitiu empregar o uso de material físico (asfalto, veículos, máquinas e ferramentas) e material humano (trabalhadores) do aditivo municipal em propriedade particular, aguardando, então, como todo sobralense, a verdadeira versão para a injustificável ocorrência, bem como o justo rigor a quem assinalou tal desmandoEu conheço o Bené desde criança, pois fomos criados praticamente juntos. Habitualmente, conversávamos com toda a sua família e, portanto, posso dizer que sou conhecer profundo do bom caráter do Bené. E assim como eu, muitos sobralenses que o conhecem, sabem do zelo que ele tem para com os padrões que regem a coisa pública, e uma atitude como a que se deu em todos os ditames da ilegalidade, jamais teria partido única e exclusiva do mesmo, sem que não houvesse por parte dele uma prévia consulta ou orientação a um de seus superiores.
Pelos aspectos revelados não só na sua integridade moral, mas também pela firmeza de sua lealdade e disposição em cumprir todas as determinações inerentes ao exercício do cargo que ocupou ao longo de muitos anos, sem nada que desabonasse a sua conduta profissional ou a sua personalidade como servidor público, é que percebemos de longe que ele é capaz de estar calado, apontado ao alvo de todas as críticas e julgamentos, arcando sozinho com uma responsabilidade que talvez não seja unicamente sua, deixando até que o histórico acumulado ao exercício de suas funções não receba se quer o benefício da dúvida.
(Por Oman Carneiro)
