
E amanhã, se esse chão que eu beijei for meu leito e perdão, vou saber que valeu delirar e morrer de paixão. E, assim, seja lá como for, vai ter fim a infinita aflição e o mundo vai ver uma flor brotar do impossível chão”.
Esta música de Chico Buarque “Sonhar mais um sonho impossível”, bem sintetiza o desejo de todos que fazem o Ministério Público, de contribuir para a construção de uma sociedade melhor, mais justa, humana e fraterna, mesmo em tempos de crise.
A situação de crise, segundo Gramsci, é aquela em que “o velho morreu e o novo não conseguiu afirmar-se”. Neste Dia Nacional do Ministério Público (14/12) temos muito que comemorar, mas, também vestimos luto. O Ministério Público brasileiro está em crise, imperceptível aos olhos da maioria de seus membros e da sociedade, mas real e séria.
A predestinação do Ministério Público é a defesa incondicional da sociedade, ainda que tenha de se insurgir contra governos ou Estado. De acordo com a vontade popular explicitada na Constituição da República, o Órgão deve ser um agente da vontade política transformadora, cabendo-lhe a tarefa de contribuir na edificação de uma democracia livre, justa e solidária.
Artigo do promotor Ricardo Coelho, que retoma as colaborações periódicas no blog do Magno Martins depois de seis meses ausente.