A
partir das manifestações, o Congresso transmudou-se. Em poucas horas rejeitou a
PEC-37. Renan Calheiros anuncia votação imediata no Senado, em dez dias, de
projetos concedendo bilhetes gratuitos nos transportes públicos para
estudantes, aumento de penas para traficantes, supressão de benefícios para
autores de crimes contra a vida, ampliação da ficha-limpa para funcionários
públicos, punição além da aposentadoria para juízes e integrantes do ministério
público condenados na Justiça, punição para quem não cumprir a lei de
acesso a informações, redução do número de ministérios e muito mais coisa. Na
Câmara, Henrique Eduardo Alves promete colocar a reforma política em votação
conforme projeto até então engavetado. A presidentA Dilma voltou atrás na esdrúxula
proposta de convocação de uma Assembléia Constituinte exclusiva, e parece
em vias de trocar o plebiscito por um referendo. Com todo o respeito, o
Congresso, agente único da reforma política, apesar de anunciar que vai
recuperar o tempo perdido, deveria ser cercado outra vez pela massa que hoje
ocupa as ruas. Porque pode ter sido apenas um soluço essa disposição dos
presidentes da Câmara e do Senado. Cessando por hipótese a voz das ruas, logo o
Congresso retornaria à placidez de sempre. Leia mais no
artigo de Carlos Chagas.