Um novo capítulo da crise entre membros do Ministério Público (MP) do Ceará atingiu, desta vez, a estrutura de fiscalização das eleições de 2014. Alegando “vários problemas externos”, o procurador regional eleitoral, Rômulo Conrado, dissolveu a equipe que auxiliava a Procuradoria em investigações sobre fraudes, abuso de poder, corrupção e outros crimes relacionados à campanha política.
O Grupo de Atuação da Procuradoria Eleitoral (Gapel), criado por Conrado em outubro de 2013, deixa de existir. “A ideia era fazermos um trabalho diferenciado, mas houve uma série de resistências que causaram prejuízo ao nosso trabalho”, justificou. Composto por cinco promotores de Justiça – integrantes do MP estadual –, o Gapel se tornou o centro da crise no MP cearense. Sua atuação vinha sendo criticada por parte do Ministério Público Federal (MPF), que questiona a competência jurídica dos promotores em algumas atividades no âmbito eleitoral. Perguntado sobre os efeitos do fim do Gapel para a fiscalização da campanha deste ano, Conrado admitiu que “há prejuízo”. “Agora a gente vai ter de consultar sozinho todo o trabalho investigativo nos municípios. O Gapel fazia uma ponte entre a gente (MP eleitoral) e os promotores, nas cidades. Agora esse caminho vai ficar mais difícil”, analisou.
(Informações O Povo)