Correligionários do governador Cid Gomes, reservadamente,
não escondem a inquietação com o silêncio do governador eleito Camilo
Santana (PT), nesta fase de transição e antecedente à escolha do
secretariado do novo Governo. O foco está na Assembleia Legislativa,
onde, além da composição da nova Mesa Diretora da Casa, os cargos de
liderança, há uma relativa expectativa quanto aos deputados que poderão
sair para o secretariado estadual, cedendo espaço para os primeiros
suplentes da coligação, coincidentemente quase todos ligados a Cid.
A inquietação cresce quando são informados de que nem mesmo Cid Gomes
e Camilo conversaram sobre cargos na futura administração, passando a
ideia de que o eleito agirá isoladamente na formação de sua equipe. A
ausência de Ciro Gomes do Estado, ameniza um pouco a expectativa, posto
avaliarem que o entendimento de Camilo com os aliados se dará com o
governador e o seu irmão, conjuntamente.
Os dois, segundo está programado, não vão estar no Ceará, no próximo
ano, deixando-os parcialmente órfãos, mesmo que o deputado José
Albuquerque, um dos mais próximos à dupla, continue como presidente da
Assembleia, com condições de defender os interesses do grupo que ajudou a
eleger o governador. Algumas manifestações mais afoitas de petistas não
estão agradando os atuais governistas, embora se saiba que não estão
autorizados ou estimulados por Camilo. (Diário do Nordeste)