Participaram da ocasião, o governador do Ceará, Elmano de Freitas; a primeira-dama da República, Janja Silva; os ministros Waldez Góes, da Integração e Desenvolvimento Regional; Renan Filho, ministro dos Transportes; Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Camilo Santana, da Educação; Rui Costa, da Casa Civil; os senadores Janaína Farias e Cid Gomes; o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara; o diretor-presidente da Transnordestina Logística SA (TLSA), Tufi Daher; além de outras autoridades.
Lula destacou o compromisso de oportunizar mais dignidade e desenvolvimento para a população do semi-árido. “A ferrovia [Transnordestina] é importante porque o Brasil se transformou em um país rodoviário. Um país para ser mais produtivo, para ser mais leal ao seu povo, não pode abandonar a ferrovia para fazer rodovia. Tem que ter rodovia, ferrovia e hidrovia de qualidade. Nós precisamos ter um sistema intermodal de transporte para utilizar todo o potencial para transportar gente e carga, barateando as coisas para nosso povo”, afirmou o presidente.
O governador Elmano de Freitas falou sobre o impacto dos investimentos para os cearenses. “A Transnordestina é uma conquista muito importante para o desenvolvimento econômico do Ceará. E com esse Ramal do Salgado, essa água vai percorrer 150 km a menos, levando água para o povo do Ceará que mais precisa”, pontuou.
Ramal do Salgado
A obra do Ramal do Salgado vai beneficiar 54 municípios cearenses, garantindo segurança hídrica para aproximadamente 5 milhões de habitantes. O investimento é superior a R$ 600 milhões, por meio do Novo Programa de Aceleração (Novo PAC). O prazo da obra é de 36 meses.
Com 36 km de extensão, a obra vai viabilizar o transporte de água do São Francisco desde o Ramal do Apodi, na Paraíba, passando por Ipaumirim, no Ceará, até chegar em Lavras da Mangabeira, onde deságua o rio Salgado. Isso vai ampliar a capacidade de entrega de água para o Ceará, reduzindo em 150 km o percurso das águas até o açude Castanhão, o maior reservatório cearense.
A medida é fundamental, uma vez que a transferência emergencial das vazões transpostas do rio São Francisco para o açude Castanhão acontece através do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), que é, até o momento, a única via possível. Quando concluído e operacional, o Trecho III do Ramal do Salgado terá a capacidade de conduzir a vazão de até 20 m3/s, conferindo maior segurança ao abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza.
O ministro Waldez Góes reforçou a integração interministerial para melhorar a qualidade de vida no Nordeste brasileiro. “Estamos diante das mudanças climáticas que nos impõe eventos extremos e, cada vez mais, as ações do Governo são permanentes, seja na prevenção, na adaptação, e também na garantia de infraestrutura de segurança não só de água, mas de alimento para as pessoas do Nordeste”, acrescentou.
Abastecimento
Na oportunidade, foi dada a ordem de serviço para a implantação de dez novos Sistemas de Abastecimento de Água no Ceará. O investimento será de R$ 22 milhões, sendo R$ 18 milhões do Governo Federal, e R$ 4 milhões de contrapartida do Estado.
Outra medida anunciada pelo ministro Waldez Góes foi a recuperação de reservatórios nas comunidades de Quixabinha e Prazeres, com aporte de R$16 milhões.
Milésimo Sistema de Dessalinização
Ainda no evento, foi inaugurado, no Ceará, o milésimo Sistema de Dessalinização do Brasil. O sistema faz parte do Programa Água Doce, do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR). A implantação contou com a parceria da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) do Ceará.
O sistema foi instalado no assentamento Morros, no município de Chorozinho, e vai beneficiar mais de 100 pessoas da zona rural cearense com um poço de vazão 5.625 l/h. O valor total do investimento foi de R$252.000,00.
No Ceará, o Programa Água Doce (PAD) já implantou 252 sistemas de dessalinização em 44 municípios cearenses, beneficiando milhares de famílias com água potável. Outros 22 estão em fase de implantação.
Transnordestina
Prioridade do Governo Federal, a ferrovia Transnordestina tem ao todo 1.206 km de extensão em linha principal, atravessando 53 municípios em três estados (Piauí, Ceará e Pernambuco), ligando Eliseu Martins (PI) ao Porto do Pecém (CE), na Região Metropolitana de Fortaleza, passando por Salgueiro (PE). O objetivo é transformar o Nordeste em polo exportador de minério de ferro e conectar, por trilhos, o sertão e o mar.
“679 km já estão prontos. Nós vamos, nos próximos meses, contratar o restante dela. Essa ferrovia tem salários médios aproximadamente de 2.800 reais, e 2.600 homens trabalhando. Até o final do ano, vamos dobrar a geração de emprego por aqui”, garantiu o ministro dos Transportes, Renan Filho.
A ferrovia no Ceará terá um total de 608 km e funcionará com três terminais de carga. Um dos terminais, com foco em grãos, ficará na região entre Iguatu e Quixadá.
Em janeiro deste ano, foi assinada a ordem de serviço para construção dos lotes 4 e 5 no estado. Os dois trechos correspondem ao percurso de 101 km entre Acopiara, Piquet Carneiro e Quixeramobim. O investimento foi de R$1 bilhão, por meio do Novo PAC.