O detalhe mais grave, porém, está na contradição do ato. A secretaria anteriormente funcionava na Avenida Dr. Guarany, nº 400, em um prédio pertencente ao próprio município. Agora, este imóvel público foi declarado “ocioso” pela gestão e encaminhado para venda em leilão, sob a justificativa de não ter mais utilidade administrativa.
Na prática, o que se observa é um movimento que permite justificar a venda de bens públicos enquanto se cria despesas para ocupar imóveis particulares — uma lógica que, além de inflar gastos, favorece a narrativa de “ociosidade” dos próprios imóveis do município.
A medida tem sido vista como parte de um plano maior da atual gestão para abrir caminho a um conjunto de alienações patrimoniais, atendendo ao projeto do prefeito de concentrar recursos para erguer um novo centro administrativo em terras de sua propriedade, às margens da estrada do Jordão.
A população e o Ministério Público precisam olhar com atenção redobrada para este processo. O patrimônio público, construído ao longo dos 252 anos de Sobral, parece estar sendo colocado em risco em nome de uma estratégia que envolve desocupações artificiais, novos aluguéis e justificativas frágeis para a venda de prédios municipais.
O Blog Sobral em Revista seguirá acompanhando cada nova movimentação.