Um terço
das prefeituras brasileiras vai terminar o ano no vermelho. Em crise
financeira, as cidades estão com dificuldade para pagar fornecedores e até
mesmo para quitar em dia as folhas de pagamento de dezembro e o 13.º salário
dos servidores, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios
(CNM).
Os 6 milhões de funcionários municipais teriam R$ 22,8
bilhões para receber neste fim de ano com o 13.º salário. No entanto, entre as
prefeituras que optaram por pagar a gratificação em uma só parcela, 186 (7,9%)
admitem que vão atrasar o repasse. E outras 190 (8,9%), das que parcelaram o
pagamento, reconhecem que não terão recursos para depositar a segunda parcela
no dia 20 de dezembro, como manda a lei. A CNM ouviu 4.559 dos 5,6 mil
municípios.
O atraso
no 13.º é apenas uma das consequências da grave situação financeira das
cidades. Metade dos municípios tem dívidas com fornecedores, e 15,5% dos
prefeitos sabem desde já que não poderão pagar em dia os salários de dezembro.
"A situação é mais complicada do que os dados apresentam. Não quer dizer
que quem paga em dia não está em dificuldades", afirma o presidente da
CNM, Glademir Aroldi.
Ao todo, 1.444 cidades (31,7%
dos municípios ouvidos na pesquisa) reconhecem que terão dificuldades para
equilibrar as finanças neste ano.