domingo, 7 de junho de 2009

O SERTÃO QUE O PAC NÃO LEMBRA

Principal plataforma eleitoral do governo Lula da Silva, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) concentra os investimentos do Nordeste nas regiões mais desenvolvidas de cada estado. Sobra pouco para os sertões, regiões esquecidas onde falta tudo: água, comida, estradas, trabalho, dignidade. No nordeste brasileiro, encontramos famílias que vivem com renda mensal de R$ 150. Mais da metade vive do Bolsa Família. As maiores obras do PAC previstas para essas regiões, nos grotões de Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Ceará, estão apenas engatinhando, ou paralisadas por fraudes e pela inoperância dos governos.
O PAC seria uma oportunidade para reduzir essas desigualdades. Mas uma análise dos relatórios do programa em cada estado mostra que a concentração histórica permanece. A mesorregião de Xingó é formada pelos sertões de Alagoas, Sergipe, Bahia e Pernambuco. Nesse território, metade da população tem o perfil do programa Bolsa Família. Isso significa que a renda per capita não ultrapassa os R$ 137,00.