quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

MUITA INDICAÇÃO E POUCA DEDICAÇÃO

Nos últimos anos no Brasil, o conceito de política tem se confundido com o de governo. (quase) Todos querem ser governo, mesmo que em detrimento da própria política. Pisa-se na coerência, mutila-se a ética e o bom senso mínimo, pois o que realmente importar é ser indicado para um cargo público. Muitas vezes para desfilar incompetência gritante e perpetrar toda sorte de malfeitos, voluntários ou não.
Em busca do prêmio (a indicação) a guerra é fratricida. Os principais “inimigos” estão no próprio partido ou nos chamados “aliados”. A disputa é pra ver quem faz mais pelo povo? Claro que não. Não é uma questão de altruísmo, cidadania ou mesmo de modelo gerencial. É apenas o poder pelo poder, e as vantagens de ordem privada que o mesmo propicia.
Numa gestão municipal, por exemplo, quais as qualidades ou requisitos necessários para assumir cargos públicos? Não há resposta simples, porém percebe-se que a força do QI (quem indica) é cada vez mais forte e presente. A competência, os resultados objetivos, o selo público e a probidade podem esperar.
Li em alguns blog que em Sobral, com as possíveis mudanças no comando do executivo, muitos detentores de cargos de confiança, em especial secretários, estariam preocupados com uma tal “rural”, na base do “arruma a mala aê...”. O medo recai sobre um, em tese, rearranjo no condomínio político que gerencia Sobral hoje. Se o (a) secretário (a) A, B ou C faz bem o seu trabalho, sTamanho da fontee é competente e tem reconhecimento público, por que o “medo”? Esse, talvez, seja o problema. Muita indicação e pouca dedicação. Por dever de justiça devo dizer que muitas vezes não é uma questão de dedicação, entretanto de aptidão, ou melhor, falta de aptidão. Tem gente que contribui muito mais com a sua simples ausência.
Que o novo gestor, quando assumir, faça as mudanças necessárias, que imprima sua marca e que, sobretudo dê a “chaqualhada” que há muito a cidade precisa. Coragem, trabalho e sucesso, Sobral agradece.
Por Herbert Lobo