“O deputado estadual Gony Arruda (PSD)
escapou de ter o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na
noite de ontem. Gony respondia por processo de infidelidade partidária. O
deputado foi ameaçado de expulsão do PSDB por assumir a Secretaria Estadual de
Esportes sem o consentimento da legenda. Os tucanos são oposição ao Governo do
Estado. Na época, o atual secretário de esportes se desfiliou do PSDB para
evitar expulsão e migrou para o Partido Social Democrático (PSD), alegando
perseguição política.
Foi uma virada no julgamento.
Iniciado no dia 11 deste mês, ele tendia para um desfecho desfavorável ao
deputado. Três juízes (Mônica Fontgalland, João Luís Nogueira Matias e
Francisco Luciano lima Rodrigues) já tinham votado a favor da cassação do
mandato do deputado. Na ocasião, o quarto juiz a julgar o caso, Manuel Castelo
Branco Camurça, pediu vistas do processo e suspendeu a votação.
Reiniciado o julgamento, após
duas semanas, Camurça apresentou voto favorável a Gony Arruda, seguido dos
juízes Raimundo Nonato, Iracema Martins do Vale e do desembargador Ademar
Mendes Bezerra, que, como presidente do Tribunal, goza do voto de “minerva”. De
acordo com a assessoria de imprensa do TRE, os juízes que votaram contra a
cassação do deputado consideraram que Gony sofreu perseguição por parte do
PSDB.
A conclusão foi embasada na
afirmativa de que o partido tratou de forma diferenciada os demais deputados
tucanos que assumiram vagas no executivo estadual. O secretário de esporte do
Estado acredita ter havido “justiça” na decisão do Tribunal. “Eu não pratiquei
infidelidade partidária, eu saí para ir a um partido em formação”, explicou
Arruda. O PSDB cearense ainda não sabe se vai recorrer. O presidente da sigla
no estado, Marcos Cals, declarou que o “caso” está sob responsabilidade do
diretório nacional.”
(O POVO)