Perguntaram a Getúlio Vargas como
havia resolvido o problema dos tenentes, que tanto haviam contribuído para a
Revolução de Trinta, mas, depois da vitória, viram-se relegados ao papel de
medíocres atores descartados da inauguração da peça a ser representada sem
eles. O sagaz caudilho respondeu: “promovi-os a capitães...” Não foi bem
assim, porque uma parte dos tenentes, Getúlio cooptou como interventores em
diversos estados, levando uns a encetar longas carreiras políticas e outros a
mergulhar nas profundezas da incapacidade de perceber que o mundo havia mudado.
Se alguns dos tenentes de 30 chegaram a generais em 64, a verdade é que a
categoria dissolveu-se no eterno embate entre amadores e
profissionais. Essa constatação se faz a propósito do PT. Antes da tomada
do poder, quantos idealistas havia, dispostos a sacrificar a própria alma em
prol da mudança de usos, costumes, instituições e postulados que regiam
o país? Hoje, dez anos depois da ascensão do Luiz Inácio Lula da
Silva à presidência da República, onde andam seus “tenentes”?
(POR CARLOS CHAGAS)