quinta-feira, 21 de março de 2013

COM MAIS DINHEIRO PARA GASTAR


Menos de um mês após reduzir o pagamento dos 14º e 15º salários dos parlamentares, a Câmara dos Deputados prepara um reajuste em dois benefícios que aumentará os gastos da Casa. A Mesa Diretora encomendou um estudo para definir qual índice será utilizado para o ajuste da cota de atividade parlamentar e do auxílio-moradia. Somente com o chamado “cotão”, o impacto financeiro será de pelo menos R$ 21,6 milhões sobre o gasto anual. Os parlamentares também criaram 48 cargos, que custarão mais R$ 7 milhões ao Orçamento do órgão, mas vão provocar economia de R$ 22 milhões, com a restrição da hora extra dos funcionários.
A mudança na cota é um pedido antigo dos parlamentares, segundo os quais o pagamento dos benefícios estava defasado. O valor do auxílio-moradia é o mesmo desde 1996 e a cota havia sido modificada pela última vez em 2009. “É um reajuste natural, normal, automático que deveria ter sido feito e agora estamos fazendo“, justificou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). “A reclamação maior é a de que, nesse período, as passagens aéreas e os aluguéis em Brasília aumentaram muito”, argumenta o primeiro-secretário da mesa, Márcio Bittar (PSDB-AC). No caso da cota de atividade parlamentar, o indexador mais provável a ser utilizado para o cálculo do reajuste é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado dos últimos dois anos. Se assim apontar o estudo, o acréscimo deverá ser de 12,7% sobre os R$ 170 milhões gastos anualmente. Para o auxílio-moradia ainda não há estimativa de quanto será o aumento.