Está criado o trigésimo-nono ministério do governo Dilma, agora
encarregado da pequena e média empresa. É humanamente impossível administrar
um país com tantos ministérios e ministros, saltando aos olhos o que já
acontece faz muito: existem os ministros de primeira e de segunda classe.
Aqueles que a presidente recebe quase todos os dias, encarregados de
questões fundamentais, sendo cobrados pelo que fazem ou não fazem. Em torno
deles estão ministros desimportantes, alguns até que, nos últimos dois anos,
não despacharam uma vez sequer com a chefe do governo. Seria constrangedor
citar uns e outros, mas o leitor logo os identificará.
Essa proliferação de ministérios deve-se a compromissos partidários. Para
obter maioria no Congresso e contentar fisiologicamente grupos variados,
Dilma cedeu a incontáveis pressões. O resultado tem sido indicações não raro
lamentáveis, de políticos que pouco ou nada tem a ver com as pastas sob seu
comando. Em vez de escolher os melhores em cada setor, a presidente
arrisca-se a engolir os piores. Há redundância nessa variedade, com ministros
batendo cabeça e executando funções paralelas. POR CARLOS CHAGAS
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