BRA 247 -
Depois de um longo tratamento contra o câncer, iniciado dois anos atrás, foi
anunciada no final da tarde de terça-feira (05) em Caracas, a morte do
presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A comunicação oficial, por rede de
televisão e rádio, foi feita pelo vice-presidente Nicolás Maduro. Mais cedo,
Maduro ordenou a expulsão do país de dois funcionários da embaixada dos Estados
Unidos, acusados de complô contra a democracia. Eles teriam procurado militares
venezuelanos para, segundo Maduro, atentar contra a democracia. Em
Caracas, após o anúncio da morte de Chávez, uma multidão começou a se aglomerar
na frente da sede do governo. Chávez
governou o país, que é o maior produtor de petróleo da região e o 11º do mundo,
nos últimos 14 anos. Ele obteve mudanças constitucionais que permitiram sua
reeleição por duas vezes. Com recursos da exportação do petróleo, implantou uma
série de programas sociais e conseguiu para si próprio forte sustentação junto
as camadas mais pobres da população, que formam a maioria do País. Definindo-se
como líder de um regime bolivariano revolucionário, com o qual tinha
compromisso de estender a outros países, Chávez notabilizou-se por seus ataques
verbais dirigidos aos Estados Unidos. Ele firmou forte aliança com Cuba, onde
escolheu se tratar, e com governos latino-americanos de perfil à esquerda. Com o Brasil, Chávez procurou desenvolver laços
de amizade pessoal com o ex-presidente Lula. No governo Dilma, a PDVSA, estatal
venezuelana de petróleo, tentou estabelecer parcerias com a Petrobras.