sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

DESEMBARGADOR ACUSADO DE HUMILHAR GARÇOM VIRA ALVO DE CRÍTICAS


O desembargador Dilermando Motta, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), virou alvo de críticas nas redes sociais depois de se envolver em uma discussão numa padaria de Natal e ser acusado de humilhar um garçom. O episódio ocorreu no último domingo (29), na zona sul da capital potiguar.


Vídeos publicados no YouTube por testemunhas mostram o momento em que o desembargador discute com outro cliente, o empresário Alexandre Azevedo, de 44 anos. Azevedo conta que estava em uma mesa ao lado de Motta quando o desembargador ficou irritado porque o garçom não colocou gelo em seu copo e gritou com o funcionário da padaria na frente dos demais clientes.

'Não satisfeito com esse escândalo, este senhor puxou o garçom pelo ombro e exigiu que lhe olhasse nos olhos e o tratasse como excelência, e disse que deveria 'quebrar o copo em sua cara'', afirma Azevedo em nota divulgada após o episódio.

Nesse momento, o empresário decidiu intervir em defesa do garçom. Nos vídeos, ele aparece exaltado enquanto grita com o desembargador e o chama 'safado' e 'sem-vergonha'. O magistrado revida e chama Azevedo de 'cabra safado' e 'endemoniado'.

Apesar de temer algum tipo de represália, o empresário afirma que vai entrar com uma representação contra o magistrado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por abuso de autoridade. 'Queira ou não, é um desembargador, é um homem poderoso e eu tenho preocupação de sofrer perseguição dele', disse.

Defesa - Em nota divulgada pelo TJRN, o desembargador Dilermando Motta afirma que não houve abuso de autoridade e nega ter humilhado o garçom. 'A verdade é que um simples e moderado pedido de esclarecimentos de um cliente a um garçom, que já havia sido solucionado, gerou uma reação de um terceiro com ameaças, gritos e total desrespeito ao público presente', afirma.

Durante a discussão, o desembargador acionou a Polícia Militar, que deslocou quatro carros para o local. O magistrado também xingou os policiais, chamando-os de 'um bando de cagão', segundo o relato do empresário, pois Motta queria que Azevedo fosse detido – o que não ocorreu.

A assessoria de imprensa da Padaria Mercatto divulgou nota em que lamenta o episódio e afirma que a empresa 'está oferecendo todo o suporte necessário ao funcionário envolvido'.

Folha de S.Paulo.