O papa Francisco afirmou ontem, 2, que cada um deve acreditar em seu "anjo da guarda", "companheiro de viagem", e rezar por ele para tomar boas decisões diariamente.
Desde o início de seu pontificado, Jorge Bergoglio tem falado do diabo e de sua influência no mundo, assim como dos anjos, como fez Bento XVI, apesar da crença nesses seres invisíveis, muito importante na religião popular há um século, parecer hoje obsoleta para muitos católicos.
"Esta doutrina sobre os anjos não é fantasiosa, não, é real", insistiu Jorge Bergoglio.
"Todos nós temos, segundo a tradição da Igreja, um anjo que nos protege e nos faz entender as coisas", explicou durante sua missa diária na capela de sua residência de Santa Marta no Vaticano.
A Igreja Católica celebra neste 2 de outubro os "santos anjos da guarda", e Francisco segue meticulosamente o calendário litúrgico e o dos santos.
"Quantas vezes ouvimos: 'Você não deveria fazer isto assim... e, cuidado, que isto não está certo'. É a voz de nosso companheiro de viagem", explicou o Papa, antes de ressaltar: "Ninguém anda sozinho e ninguém pode pensar que está sozinho".
O papa Francisco insistiu em um tema que parece estar a anos-luz das preocupações contemporâneas: "Qual é a minha relação com o meu anjo da guarda? Deve ouvi-lo? Devo dizer a ele bom dia de manhã? Devo dizer: 'Cuide de mim durante o sono?' Devo falar com ele? Deve pedir um conselho?"
Francisco professa com frequência uma fé tradicional, popular, que não entra em contradição com sua postura progressista em assuntos sociais.