sexta-feira, 9 de julho de 2021

BOLSONARO CAGA PARA O QUE NÃO QUER OUVIR E APOSTA NO GOLPE


A última vez que a sombra de um golpe militar cobriu o país foi no segundo semestre de 1984. O general João Figueiredo era o presidente da República. A ditadura de 64 agonizava. E seu substituto seria escolhido pelo Congresso. Havia dois candidatos: pela situação, Paulo Maluf, ex-governador de São Paulo, e pela oposição, Tancredo Neves, ex-governador de Minas Gerais.

Tancredo temia que a linha dura do regime se insurgisse contra a possibilidade de ele ser eleito. E não faltavam sinais de que isso não era descartável dada à fragilidade da candidatura de Maluf. Em anos anteriores, militares e grupos paramilitares promoveram atentados terroristas, inclusive com mortos. E Tancredo era acusado de ter o apoio de comunistas. Mas não houve golpe.

De lá para cá, o país atravessou sete trocas de presidente a céu aberto sem que os militares ameaçassem intervir: José Sarney deu lugar a Fernando Collor, que deu lugar a Itamar Franco, que deu lugar a Fernando Henrique, que foi reeleito. Lula se elegeu e se reelegeu, assim como Dilma, que deu lugar a Michel Temer, que deu lugar a Jair Bolsonaro. Houve dois impeachments.