segunda-feira, 4 de abril de 2022

IDILVAN ALENCAR: TRAGÉDIA E ESPERANÇA NA EDUCAÇÃO


Acompanho o Ministério da Educação desde o primeiro dia de meu mandato, em 2019. As expectativas para o governo que se iniciava eram baixas, dado o histórico do candidato, mas não imaginávamos que a realidade seria ainda pior. 

O primeiro ministro nomeado, Ricardo Velez, era um desconhecido. Suas credenciais? Amigo e seguidor do falecido guru Olavo de Carvalho. Sua gestão foi marcada por uma carta a todas escolas para que todos estudantes cantassem o hino nacional e lessem uma carta com o slogan do presidente todos os dias. 

O segundo ministro, Abraham Weintraub, era ainda pior. Além de incompetente e sem conhecimento como Velez, ele tinha a autoestima elevada (ele se achava) e vontade de aparecer. Vivia de agredir e chocar as pessoas sérias desse país. O terceiro, Milton Ribeiro, tinha um estilo diferente. 

Tinha uma fala mansa, um jeito educado e respeitoso de não responder nenhuma pergunta. Como os anteriores, não tem nada a mostrar e ficou marcado pelo pedido a um prefeito de um quilo de ouro para liberar verbas feito por um pastor amigo do ministro. 

A comunidade da educação desistiu do MEC sob o Governo Bolsonaro. As seguidas trocas de ministro não trouxeram mudanças na política do ministério, o que prova que o problema não são os ministros, mas quem os nomeia. Sob Bolsonaro, o MEC é um grande saco de dinheiro para conseguir apoio político, ora da extrema-direita, ora dos evangélicos, ora do centrão. Não é para melhorar a educação. 

Embora os ventos que soprem do Planalto não sejam dos mais favoráveis, um fato desta semana nos enche de esperança: a primeira governadora mulher, professora, que respira educação todos os dias. Izolda Cela tem grande responsabilidade na transformação da educação cearense e graças a este trabalho ela virou vicegovernadora e agora assume o governo do Ceará. 

O Brasil pode olhar para o Ceará com esperança. Um estado que tem na educação um dos pilares de sua estratégia de desenvolvimento econômico e social com redução de desigualdades e ampliação de oportunidades. Fortalecer a educação é fundamental para formar cidadãos preparados para viver e defender a democracia, para gerar emprego, oportunidades de trabalho e de empreender, para reduzir desigualdades e a violência. Em resumo, fazer com que a educação volte a ser uma fonte de esperança de um futuro melhor.

(Opovo)