Durante a perícia encarregada de investigar a pane em sua tornozeleira eletrônica, o ex-presidente Jair Bolsonaro confessou ter tentado romper instrumento com um ferro de solda. "Eu meti um ferro quente aí. Curiosidade", alegou. O antigo chefe de governo conseguiu deformar a parte externa do equipamento, mas o derretimento não foi o bastante para danificar a parte eletrônica.
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), Bolsonaro teria dado outra resposta sobre a pane da tornozeleira antes da realização da perícia. "A informação inicial recebida pelos escoltantes era que o monitorado havia batido o dispositivo na escada. Diferente do que havia sido informado inicialmente, a tornozeleira não apresentava sinais de choque em escada", registrou a Secretaria em memorando enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em resposta ao memorando, Moraes acionou a defesa de Bolsonaro, solicitando esclarecimentos em até 24h sobre a tentativa. O ministro também determinou a quebra de sigilo do conteúdo da perícia "em virtude das inúmeras informações errôneas que vem sendo divulgadas sobre a ocorrência da violação da 'tornozeleira eletrônica".
A análise da tornozeleira foi realizada durante a madrugada, e o instrumento foi substituído por um novo. Pela manhã, Moraes determinou a prisão preventiva de Bolsonaro, em parte motivada pela ocorrência.
(Congresso em Foco)