Em encontro para falar dos dez anos do PT à frente da Presidência da
República, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, foi recebido com elogios e
aplausos por integrantes da legenda em Maceió, no início da noite de ontem (6).
Durante o evento, a sua condenação no julgamento do mensalão foi comparada a
uma passagem bíblica - o momento em que é narrado o sacrifício de Jesus Cristo
pelos homens: “O Zé Dirceu deu a sua vida em Holocausto pela democracia”, disse
o presidente estadual do PT, Joaquim Brito.
Enquanto atacava a cúpula do PSDB, que tenta provar que alguns dos projetos
executados pelo Partido dos Trabalhadores foram incialmente idealizados por
tucanos, Dirceu evitou, por exemplo, falar sobre uma possível aliança do seu
partido com o senador Fernando Collor (PTB): “Como posso falar de algo que eu
não conheço? O PT de Maceió vai ter palanque para presidente Dilma na
reeleição. Agora é hora de governar, de o Brasil crescer, enfrentar os
problemas”.
De acordo com o jornal O Globo, o ex-ministro voltou a criticar o julgamento e
sua condenação no processo do mensalão, e disse que vai insistir nos recursos à
Justiça:
“Estamos em uma fase em que o acórdão está para ser publicado. Assim que for
publicado vamos apresentar os recursos, eu tenho direito a um embargo
infringente, ou seja, um novo julgamento na questão da condenação por formação
de quadrilha, com novo relator e novo revisor. E tem os embargos declaratórios,
que eu tenho direito de pleitear a redução das penas, que é totalmente fora da
jurisprudência, fora das decisões anteriores da Justiça. Vou continuar andando
pelo Brasil esclarecendo que eu sou inocente”, afirmou.