De 2018 para 2022, o número de candidatos lançados por partidos de direita cresceu 6,6%. O total de nomes registrados por siglas de centro subiu 16,5%. Na soma das legendas dos dois espectros, houve uma alta de 23%. Enquanto isso, as candidaturas de esquerda caíram 17,4%.
O levantamento foi feito pelo Metrópoles com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Dos 28,9 mil candidatos que estarão nas urnas em 2 de outubro, 20.389 são de direita ou centro; em 2018, esse número foi de 18.672. O PL, do presidente Jair Bolsonaro, é a sigla com mais postulantes: 1.604. Em seguida, estão União Brasil, com 1.530, e Republicanos, com 1.447.
O professor universitário e cientista político Gabriel Petter explica que, historicamente, a composição das Casas Legislativas costuma ficar entre representantes de direita e centro,
Petter ressalta que o aumento no número de candidatos desses espectros políticos não significa necessariamente um fortalecimento dessas ideias ou desse posicionamento na maioria da população brasileira, mas um reflexo da conjuntura política no geral.
O cientista político André Felipe Rosa pontua que o espectro político da maioria das candidaturas tem relação com a posição de quem está no poder.
“Em 2018, elegemos um presidente de centro-direita, o que acabou também influenciando na formação do Congresso Nacional mais voltado para essa vertente política. Obviamente que agora a reeleição vem desses candidatos, que consequentemente acabam puxando também outros correligionários, outros candidatos também nessa linha ideológica”, explica.
Bruno Scobino, consultor político da Acrópole Relações Governamentais, aponta que existe uma procura por apoio do eleitorado quando candidatos decidem onde se encaixarão no espectro político.
“Os candidatos de direita posicionam-se alinhados com Bolsonaro, não só por concordar com seus ideais políticos, mas também para atrair votos de apoiadores do presidente para si. Os candidatos de centro, por sua vez, colocam-se como uma opção para quem não concorda com nenhum dos extremos, com o objetivo de atrair votos de pessoas contra a polarização política e beneficiam-se tanto do antipetismo quanto o antibolsonarismo”, pontua.