A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara driblou a 
proposta do governo que impedia que a remuneração dos servidores 
públicos ultrapassasse o teto do funcionalismo público, que é a 
remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente 
R$ 33.763. Um substitutivo apresentado pelo deputado André Fufuca 
(PEN-MA) ao Projeto de Lei 3.123/15, do Executivo, legaliza os chamados 
supersalários, valores muito além do limite constitucional. O projeto do
 governo, que faz parte do ajuste fiscal, está na pauta do plenário da 
próxima semana.
Caso a versão aprovada pela CCJ seja referendada pelos demais 
deputados, um servidor de alta função, como um magistrado, por exemplo, 
poderá receber até mais que o dobro do teto, ou seja, mais de R$ 67,5 
mil. Isso porque o substitutivo prevê que, além do vencimento permanente
 do servidor, será estabelecido o mesmo teto para as chamadas parcelas 
transitórias, como cargos comissionados e outros pagamentos 
circunstanciais. Esse valor ainda poderá ser acrescido de verbas 
indenizatórias, montante sobre o qual o limite constitucional não 
incidirá. Além disso, pelo substitutivo, um servidor poderá acumular até
 dois tetos originários da mesma fonte de recursos – prática hoje 
proibida.
