Ciro Gomes afirma que Lula tem a popularidade que merece ter, pois seu governo tem realizações. “Mas ele não é Deus”. Ciro critica a decisão do Palácio do Planalto de interferir no debate interno do PSB e critica ainda o que classifica de subserviência partidária: “Tiraram de mim o direito de ser candidato. Mas quer saber? Relaxei. Eles não querem que eu seja candidato? Querem apoiar a Dilma? Que apoiem a Dilma. Estou como a Tereza Batista cansada de guerra. Acompanho o partido. Não vou confrontar o Lula. Não vou confrontar a Dilma.” Na entrevista, Ciro Gomes diz que sua presença na eleição cumpriria uma missão. “Trata-se de uma missão estratégica, que não será desempenhada por mais ninguém”. Ciro afirma que não tinha ilusões eleitorais, mas via uma chance de ajudar num debate que, ao seu ver, é urgente. “Em 2011 ou 2012, o Brasil vai enfrentar uma crise fiscal, uma crise cambial. Como estamos numa fase econômica e aparentemente boa, a discussão fica escondida. Mas precisa ser feita.” Segundo Ciro, a candidatura de Dilma Rousseff tem menos chance de enfrentar o problema do jeito que ele precisa ser enfrentado. “Como o PT, apoiado pelo PMDB, vai conseguir enfrentar esta crise? Dilma não aguenta. Serra tem mais chances de conseguir”.
Embora prometa acatar a decisão do partido de apoiar a candidata petista, até porque não restam alternativas, Ciro Gomes avisa que não se envolverá na campanha: “Não me peçam para ir à televisão declarar o meu voto, que eu não vou. Sei lá. Vai ver viajo, vou virar intelectual. Vou fazer outra coisa”. Ciro acredita que a eleição deste ano será marcada por baixarias, entre as quais inclui uma ação de grupos radicais abrigados no PT: “Sabe os aloprados do PT que tentaram comprar um dossiê contra os tucanos em 2006? Veremos algo assim de novo. Vai ser uma m…”