O pequeno PP converteu-se num partido estratégico na sucessão de Lula. Administra o súbito prestígio que adquiriu ganhando tempo.
O senador Francisco Dornelles (RJ), presidente do PP, voltou a frequentar os subterrâneos como principal alternativa de vice de José Serra.
Invadido pelo cheiro de queimado, o comitê de campanha de Dilma Rousseff tenta apressar a adesão do PP à coligação governista.
Assediado pelos dois lados, o PP marcou uma reunião de sua Executiva nacional para a próxima quarta-feira (28).
Antes do encontrou, marcaram-se as cartas. Está combinado que o PP decidirá não decidir. Agendará novo encontro para fins de maio.
Até lá, o PP vai gerir o cerco duplo com um olho grudado no desenrolar da pré-campanha e outro na evolução das pesquisas.
São três as razões que levam o tucanato a fazer carga para que Dornelles aceite compor a chapa de Serra:
I - Embora faça política no Rio, Dornelles é da família de Aécio Neves. Como vice, reforçaria os laços de Serra com o grão-duque do tucanato de Minas.
II - Atraindo Dornelles, Serra se livra de ter de engolir um vice do DEM –opção da qual prefere se abster.
III - O PP de Dornelles alargaria em algo como 2,5 minutos a vitrine televisiva de Serra. Uma necessidade, já que Dilma tem, hoje, quase o dobro de tempo do rival.