A eleição
de hoje tem significados diferentes para os principais envolvidos. Para
Luizianne Lins e para seu grupo no PT, está em jogo a sobrevivência política.
Não que a prefeita esteja relegada à insignificância em caso de derrota de
Elmano de Freitas (PT), como sugeriu o governador Cid Gomes (PSB). Mas ela
perde bastante de seu peso político. E os aliados perdem espaços de poder.
Retornam à realidade de oito anos atrás, forçados a ralar na oposição, com o
inconveniente da posição dúbia da legenda em relação ao Governo do Estado e a
manutenção da aliança federal.
Para Cid
Gomes, o cenário é muito mais cômodo. Mesmo derrotado, ele se mantém a
principal autoridade política do Estado. Permanece com o Governo do Estado, com
o apoio da quase totalidade dos prefeitos, embora fragilizado na Capital e com
baita inconveniente a administrar na relação com o possível novo gestor de
Fortaleza.
O que ele
busca, em caso de vitória, é remover seu maior incômodo administrativo. Mesmo
quando aliada, Luizianne se tornou a principal causa das dores de cabeça do
governador. A despeito da suposta parceria, ela foi o único contraponto capaz
de realmente lhe causar problemas. Diante de coalizão tão ampla, foi de dentro
que saiu a contestação.
Não deixa
de ser triste, mas Elmano e Roberto Cláudio (PSB) são coadjuvantes na eleição
que disputam hoje. São os representantes de duas forças políticas por trás deles
e cujos interesses em jogo são bastante distintos no resultado de logo mais.
(Opovo - Érico Firmo, colunista de Política e editor adjunto
do Núcleo de Conjuntura)