Apesar da realização de concurso público, no ano passado, para o preenchimento
de 1.641 vagas de trabalho no Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, o
problema da insuficiência de médicos parece ter atingido, também, o município.
Todos os dias, médicos especialistas da capital cearense são levados, em voos
fretados, à unidade de saúde, para darem plantão de 24 horas.
A relação dos aprovados na seleção foi divulgada em novembro do ano passado. Ao
todo, 15.117 pessoas concorreram, entre cargos de nível médio, superior e
gerência. No entanto, em funcionamento desde o início do ano, o hospital,
construído pelo governo do Estado para atender toda a macrorregião Norte, opera
com a necessidade do reforço do efetivo médico para atender à demanda. Entre as
principais carências, está a especialidade de pediatria.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), José Maria Pontes,
a medida, além de não ser a mais adequada, não resolve o problema da falta de
profissionais nas cidades do Interior. Conforme explica, o salário pago está
abaixo do esperado.
"O governo vai ter que investir na Saúde, se quiser ter médicos no
Interior. Pagando bem, os médicos ficam de maneira fixa na cidade. Isso não é
viável. Se gasta muito com avião para levar e trazer esses profissionais.
Deveria ser pago o valor integral para ele ficar lá. Se o médico estiver em um
emprego ganhando bem, ele se dedica 24 horas e arrisca menos a vida. O problema
é que lamentavelmente o governo não pensa assim", disse.
O Hospital Regional Norte (HRN), inaugurado em janeiro de 2013 sob muita
polêmica, ainda segue em ritmo de implantação para funcionar com sua estrutura
total. De acordo com o secretário da Saúde, Arruda Bastos, o cronograma
previsto pela Pasta estima a implantação do último setor, o Centro de Apoio a
Saúde Reprodutiva da Mulher, no início do mês de agosto. "Cada setor
cresce de acordo com a demanda", disse.
A penúltima etapa foi implantada em abril, quando as Unidades de Terapia
Intensiva (UTIs) começaram a funcionar. O Hospital dispõe de 70 leitos de UTI,
sendo 20 para adultos, dez neonatais, dez pediátricos e ainda 30 berçários de
médio risco.
A respeito do município ter ficado fora da lista das 128 localidades previstas
pelo governo federal para receberem o Programa Mais Médicos, o secretário
explicou que qualquer cidade pode participar, de forma indiscriminada, do
edital que foi lançado. "O próprio município que tem que fazer a inscrição".
(Informações Diário do Nordeste)
